Ah, Helena...
Está é a Helena de Tróia saída da cabeça do pintor francês Louis David (séc. 18). Helena era uma traquinas. Largou o marido, rei de Esparta, Menelau, para ficar com o moleque Páris (Alexandre), princípe dos troianos, mas isso todo mundo sabe; o que nem todos sabem ou lembram é que ela abandonou também a filha, Hermíone, de 10 anos.
Quê? É a seção de Mitologia ou de Arte?
Vamos ao quadro:
Observe na sofisticação do panejamento de Helena em detrimento à (falta) das demais personagens pobres que destaquei em outros quadros: o panejamento é fino, delicado, "alta costura". O pincel de David é uma agulha. Helena está ao lado de seu amor de verão, Paris, o nobre irresponsável que levou seu país ao caos por causa de aventura.
Note que há um bonito contraste entre os braços dos dois amantes: enquanto o da princesa cede à leitosidade cremosa prestes a derreter, o braço do príncipe é bronzeado, como a querer dizer que ele seja valoroso guerreiro (não era, a flecha que atirou no calcanhar de Aquiles foi guiada pelo deus Apolo), forte, poderoso. A narrativa é dominada por quem a narra, claro.
O quadro está hoje Louvre. Não chama tanto atenção quando a Monalisa, que é uma espécie de Anita dos quadros, as pessoas adoram, mas não sabem porquê.
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