Que coisa. Há 3 minutos estava na cozinha preparando o chá e um tema e aí de repente, quando sento aqui, o tema some. Mas como não sou adepto da arte de falar sem dizer nada... Os piores temas são aqueles peregrinos. Amo, todavia, (todavia é um modo de falar sem dizer nada) os temas que pulam para o exterior das cabeças como aquela história trágica de uma ricaça belga do século XIX que em viagem ao Brasil se apaixonou pelo clima masculino da então capital colonial e após dominar a língua mãe, redigiu essa carta sem pé nem cabeça e que tinha como destinatária provavelmente sua própria consciência,
Aos treze dias do mes d’abbril de 1822 me appaixonei desvairadamente pello commandante da nave marittima que trouxe o primeiro órgão instrummental para estte Novo Mundo infestado de callor nactivo. O commandante naval era auctor dum modo de olhar effuusivo. A voluppia era immensa, a scena dos gestos tocante. N´estas memmorias receo ouvir scencuras d´as collegas do eduncaddario que inda ignnoram essa arte d´mar pelas insufficientes iddades que possuem. Hontem eu era como esttas, agora vae a outras plaggas o meu coraçao. Deploro, deploro as collegiaes!
Viram que tragédia? É isso o que dá a fuga dum tema. Pelo menos ficou elegante o modo de falar sem dizer absolutamente nada, acho eu.
Escrito por Alex Menezes às 23h01
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